Esse post será um pouco diferente dos que eu escrevi até então e também fugirá, em partes, do foco do blog, mas hoje é um daqueles dias em que eu preciso desabafar. Já faz muito tempo desde a ultima vez em que eu escrevi aqui e desde então muitas coisas aconteceram na minha vida, coisas boas e ruins, coisas que precisam ser compartilhadas e outras que eu prefiro guardar no fundo da gaveta de memórias.
Apesar do Nu e Cru não ser um blog
sobre a minha vida pessoal, eu sinto que todas as coisas que me aconteceram nos
últimos meses me marcaram tanto que, se eu não falar sobre elas, não estarei
sendo honesta comigo e com ninguém que venha a ler o que eu escrevo, sendo
assim, eu estou aqui para isso hoje, espero que essa postagem sirva para vocês
de alguma forma.
Eu enfrentei muitas mudanças nos últimos
meses, mas a que, provavelmente, mais me marcou e mais está sendo difícil foi a
mudança de cidade. Lembro das várias vezes em que meus pais decidiram partir
para um endereço diferente em uma cidade nova e do quanto cada mudança foi difícil
para mim, dessa vez, porém quem decidiu partir fui eu, para um novo quarto, um
novo lar, uma nova cidade, longe deles, longe dos portos seguros que eu construí
nos últimos 8 anos, mas mais perto dos meus sonhos.
A vida de adulta me acertou em cheio
e eu tenho apanhado dela nos últimos meses, mas o crescimento que essa mudança
está me proporcionando tem feito cada dia difícil valer a pena, tem feito cada
momento feliz muito mais marcante e cada momento triste muito mais
engrandecedor e eu tenho amado viver essa intensidade de emoções.
Mas não fui só eu quem partiu,
pessoas foram embora, não da cidade, mas da minha vida, pessoas que estavam por
aqui a alguns anos, pessoas recém-chegadas que não fizeram ninho e pessoas que
vieram para mudar tudo e se foram após cumprir sua missão, é engraçado pensar
em como eu sinto falta de cada uma delas de uma maneira diferente e como cada uma
foi importante de um jeito.
O trabalho de organizar a casa -eu- depois
de todas essas bagunças tem sido exaustivo e complicado, a sensação que passa é
que os móveis se bagunçam sozinhos toda vez que eu viro as costas, mas, por
mais contraditório que pareça, tem sido um trabalho pacificador, dá uma paz ver as coisas se encaixando, as peças sendo montadas, mesmo que esteja sendo difícil
sem um manual de instruções.
No fim das contas, eu tenho
aprendido que tudo pode ser uma fonte de aprendizagem, que nem sempre as coisas
vão ser como a gente espera ou acontecer da maneira mais fácil, mas tudo vai
contribuir para você de alguma forma, tudo que você viveu até hoje contribuiu
para a mulher que você é agora e tudo que virá contribuirá para o crescimento
dessa mulher.
Nunca se culpe pelas viradas que a
vida dá, pelos problemas que você não conseguiu resolver, pelas pessoas que
partiram, pelas decisões em que você precisará se colocar em primeiro lugar
e fazer o que é melhor para você. Lembre-se sempre que você é uma casa e não
tem nada melhor que a paz de uma casa arrumada, tranquila e feliz.